Precificação de serviços: o que é, como e por que fazer?
- Luan Fazio
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Como você decide o preço dos seus serviços? Você fez um estudo detalhado ou só uma conta de cabeça, baseada em achismos?
Caso a resposta seja a segunda opção, saiba que você pode estar perdendo dinheiro e clientes ao praticar um preço alto, ou baixo, em relação aos concorrentes e ao mercado. Porém, ainda dá tempo de ajustar as contas e endireitar essa embarcação.
Com esse artigo, vamos te explicar mais sobre o conceito da precificação de serviços, sua importância e algumas dicas de como fazê-la.
O que é precificação?
O primeiro passo para estabelecer uma boa estratégia de precificação é entender do que se trata esse conceito.
Segundo o dicionário online, Dicio, a palavra traz como significado o ato de: “atribuir certo valor a” ou “determinar o valor de”.
Porém, muito além de sua definição, que muitas vezes pode parecer óbvia, o processo de precificação de um serviço ou produto é um dos pilares de um negócio bem sucedido.
Será por meio dele que o empreendedor conseguirá, ou não, cobrir os custos do negócio e, claro, gerar lucro.
Então, de forma resumida, a precificação tem como missão definir o valor ideal para seu serviço e produto, de forma a cobrir não só os custos envolvidos, mas também trazer uma margem de lucro para o negócio.
Mas, você já deve imaginar que esse processo não é simples. Trata-se de uma jornada que exigirá constante monitoramento e correções, para então encontrar o tão sonhado equilíbrio, que resulta na boa saúde financeira.
A seguir vamos explicar um pouco da importância de precificar os seus serviços com qualidade:
Qual a importância e os objetivos de uma boa precificação?
Agora que você já conhece o conceito da precificação, é importante também entender mais sobre algumas das vantagens que pode perceber ao investir tempo e energia nessa estratégia:
Equilíbrio financeiro
Nada mais adequado do que começar com o maior motivo de fazer uma precificação de qualidade: estabelecer um equilíbrio nas contas da empresa.
Isso será essencial para o funcionamento e futuro do negócio pois, sem uma boa saúde financeira, é impossível ter recursos para sobreviver, e muito menos investir no crescimento da operação.
Consumidor satisfeito
Todo empreendedor, prestador de serviços ou vendedor é também um cliente.
E, como consumidor, todos nos deparamos com situações em que fazemos a decisão de compra de acordo com o valor do produto, especialmente em relação ao concorrente. Se estiver parecido, ou abaixo, a chance de gastarmos nosso dinheiro é maior.
Apesar de isso ser básico, e parecer óbvio para muitos, é algo que sempre deve ser mantido como prioridade.
Se os seus clientes não entenderem que você traz um serviço com preço justo, provavelmente eles não irão fazer negócio.
Vencer a concorrência
Como mencionamos no último ponto, o preço do serviço em relação à concorrência será decisivo para a quantidade de clientes que decidem fazer negócio com você. No momento de busca de opções, a tendência de todos é sempre ir naquele que pratica o melhor valor.
Então, parte do processo de pesquisa é saber também o que os seus competidores cobram, e encontrar o equilíbrio para se manter competitivo.
Visão clara sobre os resultados
Parte do objetivo de ter um processo de precificação eficiente é saber exatamente quanto você lucrou em cada uma das suas vendas. Isso ajudará a trazer uma visão completa sobre as projeções de caixa, e os recursos disponíveis.
Como fazer a precificação de serviços?
Encontrar o preço ideal para os seus serviços é um processo complexo, mas muito importante para ter sucesso. Para te ajudar com essa missão, listamos a seguir alguns passos essenciais para serem seguidos:
1 – Custo de mão de obra
Caso você trabalhe com serviços que dependam de mais pessoas para te ajudar com os trabalhos, um dos primeiros passos é determinar um custo médio para a mão de obra.
A grande dificuldade neste ponto é que esses valores mudam de acordo com o tamanho do trabalho, e claro, com cada profissional contratado.
Por isso, a melhor maneira de metrificar esse custo é por meio da média do custo da hora de mão de obra. Para isso, você precisará fazer a divisão do que gastou com funcionários, pelas horas trabalhadas.
Exemplo: Se a sua folha de pagamento mensal for de R$10.000, com 120 horas trabalhadas, a conta será 10.000/120 = 83,33. Esses R$83,33 será o custo da mão de obra/hora.
2- Custos fixos e variáveis
Agora que você conhece o custo da mão de obra, é importante incluir também os custos fixos e variáveis:
– Custos fixos: aluguel do espaço, plano de internet, contador e etc;
– Custos variáveis: contas de água, luz, energia, gás, mão de obra, impostos, despesas com equipamentos, veículos e etc…
3 – Definir a margem de lucro
Aqui a ideia é simples e envolve definir a porcentagem de lucro que pretende ganhar por cada serviço. A dica é entender qual é a média da margem praticada no segmento que você se insere, e claro, as necessidades do seu negócio.
4- Estudo da concorrência
Como já mencionamos ao longo do artigo, olhar para os seus concorrentes é muito importante para direcionar a precificação de seus serviços. Isso permitirá que você entenda se os preços que está praticando estão altos, baixos ou de acordo com o mercado.
Mas, é importante saber também que cada negócio é diferente do outro. Caso você ofereça um serviço premium, com alto valor agregado, é natural que o custo também seja mais alto que a concorrência.
Então, a dica é ser realista, e analisar a sua necessidade, em comparação com os competidores.
5- Modelo de precificação
Cada negócio pode apresentar um modelo de cobrança diferente, de acordo com suas atividades e segmentos. Alguns dos principais exemplos são:
– Por hora: para serviços mais previsíveis;
– Fixo: para serviços com custos que estejam claros, sem grandes variações;
– Variável: pode variar de acordo com o cliente e contexto.
Então, com seu estudo você perceberá qual será o modelo ideal para o seus clientes e segmentos.
Conclusão
Esperamos que com esse artigo você tenha entendido um pouco mais sobre a importância da precificação de qualidade dos seus serviços. Apesar de ser um processo complexo, é algo extremamente necessário para se manter competitivo e com saúde financeira.
Além das dicas básicas trazidas aqui, se possível é interessante consultar um profissional especializado, como um contador, por exemplo, para ajudar com a gestão financeira.
Caso trabalhe de forma autônoma, como em prestação de serviços, por exemplo, outra dica é buscar uma solução de gestão financeira, como um ERP.
Caso queira saber mais, não deixe de ler também o nosso artigo sobre Gestão financeira para profissionais autônomos.